2 de outubro de 2017

SUS tem perda financeira significativa com desperdício de medicamentos

O Sistema Único de Saúde (SUS) amargou prejuízo de R$ 16 milhões entre 2014 e 2015, de acordo com relatório da CGU. Doze estados estão na lista de maiores índices de descarte.

Um relatório da Controladoria Geral da União (CGU), concluído em abril deste ano, escancarou dois problemas graves no sistema de saúde nacional: o desperdício de medicamentos e o alto custo da obtenção dos remédios.

De acordo com os dados, 11 estados e o Distrito Federal participaram deste cenário de desperdício de medicamentos, causando prejuízo de R$ 16 milhões. As principais causas da perda significativa dos remédios foram o vencimento dos produtos e também o armazenamento incorreto.

Estão na lista de responsáveis pelo descarte os estados de Amapá, Bahia, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Santa Catarina, além do Distrito Federal. Note que cerca de 70% dos Estados que desperdiçaram medicamentos estão localizados nas regiões Norte e Nordeste do País.

Integrando a rota de desperdício de medicamentos, um dos casos de grande prejuízo aconteceu em solo carioca. No Rio de Janeiro, perderam-se 1.104 frascos do medicamento Boceprevir 200mg, usado para o tratamento de Hepatite C – doença crônica que pode apenas ser controlada mediante uso de medicamentos, mas não tem cura.

De acordo com a tabela de valores dos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), cada unidade do Boceprevir 200mg custa R$ 6.102,98 ao Governo Federal. A Secretaria de Estado da Saúde do Rio informou que os medicamentos importados já chegaram com o prazo de vencimento próximo.

Armazenamento também configura problema

O relatório da CGU apontou que em 14 Estados, o controle de estoque não correspondia realmente aos medicamentos armazenados. Fica nítido que algum problema no registro dos medicamentos aconteceu entre o deslocamento do fabricante para o distribuidor final.

Pior ainda são os Estados que não conseguem nem organizar a logística para planejar a compra dos medicamentos de alto custo. “Quem não tem um planejamento não consegue nem ver os eventuais problemas que podem estar acontecendo, como fraudes ou outras irregularidades”, disse o auditor da CGU, Antônio Carlos Bezerra Leonel.

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