29 de janeiro de 2018
Dentre diversas ameaças ao atingimento destas metas destaca-se a presença de medicamentos falsificados e seu uso por parte dos consumidores. Estes medicamentos apresentam má qualidade, são inseguros e/ou ineficazes, ameaçando a saúde daqueles que os consomem. Os problemas desses produtos de qualidade inferior e falsos vem aumentando, uma vez que a fabricação e a distribuição globalizada crescem e tornam-se mais complexas.
O aumento da demanda por medicamentos, vacinas e outros produtos médicos em quase todos os países, além do mau gerenciamento da cadeia de suprimento e do crescimento das vendas por meio do comércio eletrônico também criam oportunidades para a introdução de medicamentos falsos na cadeia de suprimentos. Infelizmente, informações esclarecedoras e impactos socioeconômicos sobre produtos falsificados são escassos.
A legislação que trata da rastreabilidade na cadeia de medicamentos já está vigente no Brasil, e ao longo dos próximos anos acontecerão etapas importantes no cronograma de implantação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), ocorrendo ainda em 2018 o primeiro upload de informações dos eventos no banco de dados da Anvisa. Através da serialização com o registro dos dados do medicamento, e do monitoramento destes produtos por meio de leituras ao longo da cadeia, será possível conhecer as alterações de status e mudanças de custódia, ou seja, será possível saber onde o medicamento está localizado.
Além dos benefícios qualitativos vários estudos foram feitos ao redor do mundo para quantificar os benefícios financeiros e operacionais da implantação deste sistema nos mais diversos elos da cadeia de distribuição de medicamentos (laboratórios, distribuidores, clinicas, postos de saúde, hospitais, farmácias e etc.)
Em 2011 a NVZ, associação de hospitais da Holanda, realizou um estudo avaliando o impacto da rastreabilidade e chegou às seguintes conclusões:
O mesmo estudo indica também os benefícios do ponto de vista do laboratório fabricante:
O estoque de dispositivos médicos na Holanda é estimado em 400 milhões de euros, o que implica economias potenciais para todo o mercado entre 40 e 80 milhões de euros (equivalente a 154 e 308 milhões de reais), no Brasil este valor poderia variar de 470 a 940 milhões de reais.
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