29 de junho de 2017
Pacto entre países sul-americanos vai permitir compra em grande escala dos medicamentos; projeção é de 80% de queda dos preços dos remédios de alto custo.
Na tentativa de onerar menos as contas, e garantir o compartilhamento da tecnologia e dos recursos para todos os países-membro, o bloco econômico do Mercosul agora atuará no comércio de medicamentos de forma conjunta.
O acordo de cooperação, que ampliará a oferta de tratamentos à população sul-americana, foi sacramentado durante o a 40ª edição da Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul, realizada no último dia 16.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, admitiu que o acordo é positivo, mas que a real intensão é compartilhar os conhecimentos sobre a produção, para que cada país fique emancipado com relação ao desenvolvimento de sua própria cota de medicamentos.
“Há uma preocupação em sustentar o complexo industrial farmacêutico de cada país, mas em negociações conjuntas de produtos patenteados, nós podemos conseguir redução muito significativa de preços, como temos conseguido no Brasil”, comentou ao Portal Brasil.
A primeira vez a diplomacia brasileira agiu em território estrangeiro visando a compra de medicamentos em conjunto foi em 2015.
Junto à Venezuela, Chile, Uruguai, Paraguai, Argentina, Peru e Suriname, o Brasil conseguiu economizar 83% da receita na compra do medicamento Darunavir – usado para o tratamento do HIV.
Alguns medicamentos já estão listados como objetos de uma próxima compra conjunta, entre eles o Eculizumabe, um dos remédios mais caros e demandados, via judicial, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Trastuzumabe, Rituximabe e toda a linha dos Mabes, indicadas para o tratamento de artrite reumatoide e câncer.