O uso de melatonina, substância conhecida por sua função de induzir o sono, foi liberado no Brasil após uma decisão judicial contrariar o parecer da Anvisa.

A importação da substância é feita normalmente no Brasil. Mas, alguns especialistas já alertam para o uso desregulado do medicamento.

Professor do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, e estudioso sobre o tema, José Cipolla Neto afirma que há “muita gente tomando e muito médico prescrevendo”.

Afinal, qual o papel da melatonina?

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo. A fabricação acontece na glândula pineal, uma parte do cérebro.

Trata-se do hormônio responsável por indicar ao corpo a hora de adormecer. Até por essa razão ela é comumente usada para o tratamento de pessoas que sofrem com insônia, por exemplo.

O hormônio melatonina também tem papel decisivo na síntese da insulina nas células, bem como na regulação da ingestão alimentar.

Ainda que seja amplamente utilizada, a melatonina tem contraindicações. Pode causar inchaço da pele, boca ou língua; perda de consciência; depressão; irritabilidade; nervosismo; ansiedade e aumento da pressão arterial.

Abuso de melatonina não acontece só no Brasil

A atenção redobrada ao uso também é preocupação nos Estados Unidos. Lá, de acordo com o Centro Nacional para Saúde Suplementar, ligado ao Governo, o uso do hormônio dobrou entre a população de 2007 a 2012.

Atualmente, 3 milhões de norte-americanos consomem a substância que pode ser encontrada em variadas formas, inclusive, nas prateleiras de supermercado.

A Anvisa mantém sua posição de que não é possível comercializar o hormônio como insumo farmacêutico no Brasil. Porém, pacientes conseguem comprar a substância em farmácias de manipulação mediante apresentação da receita.

Contudo, a Anvisa e a Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais), que responde pelas farmácias de manipulação, negaram conseguir estimar a venda no mercado brasileiro.